Eu, Cigana.
Sou cigana, Zíngara, una gitana
Guiada pelo poder do tempo e do vento, raios e trovões
Sou mulher do sol, da lua
Do dia e da noite
Sou da rua
Vivo no clarão e na escuridão
Minha casa não tem teto, as estrelas que são o meu ponto fixo no alto da imensidão do luar
Sou aquela feiticeira que antigamente era perseguida, Pagu.
Por muitos amada mas, nem sempre agradando a todos
Sou andarilha da estrada batida,
Da floresta que guarda o esverdeado das folhas protegidas por nosso pai Oxossi caçador, e das cachoeiras protegidas por Oxum com águas azuis na cor do manto sagrado de nossa Mãe Santa Sarah kali
Sou mulher de escolhas, do 8 e 80, quente e frio
O morno não me interessa
Não me aquece, não transborda
Transformando o destino que vejo na boa sorte de sua mão
Sou mulher guerreira, que não foge de suas cicatrizes, ao contrário, se orgulha delas.
Sou mulher de corpo frágil também, mas a alma forte como um vulcão.
Sou eu cigana,
De corpo; alma e coração.
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